terça-feira, 9 de setembro de 2008

O meu chapéu de abas largas...

Na sombra desta mandioqueira dispensei o meu chapéu
No braço da cadeira e ali ficou, esperando por mim
Num lugar ermo, mas aconchegado bem pertinho do céu,
Que eu saísse, tal como o meu cavalo me aguardou assim.

Saímos, cavalgamos ao sol, enterrei o chapéu até aos olhos
Sua sombra no ar seco e quente entre as pestanas me refrescou
De olhos semicerrados da poeira agreste que vi como em sonhos
O que meu progenitor viveu, viveu por nós tudo o que passou

Era um chapéu de abas largas, único só como ele podia ser
Das gentes do mato, nas longínquas anharas era conhecido
"O homem do chapéu grande" epíteto adequado no seu saber

Serenamente em paz e tranquilidade ao que lhe era querido
Da vida dura mas fértil, aos anseios conquistados pode conter
Num chapéu como este de abas largas, da vida o mais apetecido.

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