Sabores do tempo
Se o tempo dos sabores passados
Estivesse aqui e agora, no saber recente
Se o tempo das conversas nos muros
Dos risos e jogos, assim chegasse de repente.
Diria em voz alta, “retornei á minha terra”.
Se esse foi também o teu tempo vivido
Deves sentir o que sinto na longa espera
Junta a tua voz á minha e canta comigo
A Terra com cheiros do mato
Das lavras no tempo da chuva
O negro grão do café de mil aromas
Dos sons e luzes cintilantes
Na noite junto á fogueira
Aqui conversas e pensamentos se juntam
Bailando o baile do fogo
Emotivo, zangado ou atiçado
Que lentamente adormece
Na cinza do tempo
A cinza que se dissolve
No orvalho da manhã
Nas primeiras gotas de chuva
Fica a memória
Sem tempo marcado…
“És da mesma terra que eu”