quinta-feira, 26 de junho de 2008
Estropiado...
corda amarelecida e gasta no tempo
corda manobrada, amaciada e servil
do capataz iníquo ao sabor do vento
Estropiado ficou o corpo sob a pena do edil
Ficou um sorriso, o da alma que não quebra
O sorriso da vida, que mesmo mutilada
Nas frestas das fragas se agarra
Porque ela não acaba na sua razão
A força da sua razão a motiva
a corda e o strope acabam no tempo, sim!
A minha fé aumenta a minha esperança
A minha esperança capacita-me
O meu corpo derrota a corda e o strope
Eu (alma) saio incólume na minha razão!
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Nada foi em vão...
Das conversas soltas de palavras
Por mim, por ti, por nós pronunciadas
Ou com palavras à solta e ás voltas
Nas que soltamos da grilheta das nossas vidas
Não foram em vão, foram bem ditas
Na hora própria, para quem as quis escutar
Não benditas "in pax", mas não mal ditas
Como gostei de ouvir cada uma a soletrar
Foi como num jardim em algures e nenhures
Região do nosso mundo puro criado, não inventado
Do som cristalino das gargalhadas e risos
Com cores e aromas de flores lindas no mesclado
Dos sons ao por do sol nas areias virgens do deserto
Das cores da aves no seu aconchego e paz para amar
No fragor das águas nas cascatas em turbilhão aberto
No remanso sereno do rio no seu encontro com o mar
Do azul celeste, ao rosa porcelana, do frio que dá fé
À boreal cor ondulante, do simples varão duma casa
Passando pelo sabor pacanino de um aromático café
Também me deu a saudade na forma da onda que passa
Mas ela volta sempre na maré e a cada lua cheia
Nova ou em cada quarto, mas sempre renovada
Desses luares quentes nos segredos e surpresas
Em que cada um se mostrou igual a si, sem nada!