domingo, 24 de maio de 2009

Não sei...

Não sei
Não sei o que sou
Sou ou serei o que penso e o que escrevo
Escrevo na velocidade do que penso
Pensarei mal dir-me-ão por certo
Mas o que penso é real
Desígnios da vida…
Não nos apraz descobrir quando o queremos
Mas acontecem, como agora
Que extravaso a minha fúria e angustia
Por não ter a percepção correcta da vida.
Não a quero, que fastidioso seria
A rotina perene de fazer o que é normal fazer-se.
Quero o que não se faz
Quero conquistar por um minuto a glória
Este minuto será a eternização do meu pensamento
Será a minha mentalidade,
Será o que sei de mim
Insana vida de desventuras…
De amores perdidos e achados
Porém nunca encontrados
Na certeza de que serão imortalizados
Na memória minha passada
E de futuras gerações
Que de mim escutarão feitos
A quem me ler
Não serão muitos mas bastantes
Para agradar a uns e incendiar a raiva a outros
Como gosto da provocação…
É o que a vida dá
A qualquer prematuro
Que nasce lutando
Pela vida, por pedaço de ar
Por água pura como sua alma
Por alimento materno ao seu corpo
Aprende tão novo o dom da partilha
Vindo do arquitecto que a teceu
Fui concebido nisto, fui amado, já fui odiado
Que diferença faz?
É um estado antípoda do outro
Ambos gerados do próximo para o próximo
Para o mundo nenhuma
Para mim e o que penso, muita
Uma alegria ou perda para quem ama
Uma vitoria ou uma derrota para quem odeia
Esta é a minha pena, triste que voa
De encontro ao desconhecido
Que me embala a alma
No doce murmúrios das cascatas
Dos pequenos riachos correndo sôfregos para o mar
Abismos que não refreiam a minha vontade
Vontade de saltar para fora do mundo…
Aí o meu salto será a minha libertação
Para sempre longe da memória
Da loucura dos medos
.