segunda-feira, 15 de junho de 2009

Areias ao crepúsculo

Manhã…
Brisa fresca de levante
Mãos minhas são as que seguram
A areia fina desta duna entre dedos
Que marcam o meu tempo
O tempo da minha era.
São minhas as mãos que tacteiam
O que passou entre elas
No imaginário seriam sereias
Ou areias moldadas da praia
Seja qual delas for
Pelas minhas mãos se crivaram
Da mais fina á mais tosca.
Dos meus dedos se escaparam algumas
Para outras mãos se passaram
Como filigrana de orvalho
Tecida na teia
Em ponto cruz bordado.
Debaixo destas mãos
Outras se seguram cruzadas
Tacteando grão após grão
Do resto que das minhas sobraram.
Mas são minhas as arestas e as areias
São grãos, seixos, pedras…
Areias entre os meus dedos…
Sonhos meus desvanecidos…
Tarde…
Sopro quente…