terça-feira, 28 de agosto de 2007

Sentir de novo a minha Terra (Huila)




Queria senti-la de novo
A alegria enorme e arrebatadoramente envolvente
Quando no seu chão eu pisei
Terra que de tons avermelhados
O seu aroma inefável me inebriou longamente
Escassos mas eternos foram os segundos
Em que fui regressado ao passado
Passado, presente e futuro
Tudo se misturou numa amálgama
Difusa sem contraste no limiar
Da porta de passagem de um tempo para o outro

A velocidade do meu pensamento
Misturada com a saudade do passado
Prostrara-me ao facto da realidade,
És e estás aqui e agora, Ama-a ou deixa-a
Deixá-la, nunca mais na vida
Uma vez chegou e sobraram dores
Amá-la-ei sim, e para o resto dos meus dias
Numa intensidade duplicada
Por cada lapso de tempo de ausência física
E este tempo é incomensurável

É o tempo do meu tempo
É o tempo que eu não vivi
É o tempo que eu não amei
É o tempo que eu me esqueci
Quase de mim próprio, de onde nasci
Porém foi o tempo que ela não me esqueceu
Foi o tempo de uma vida
Foi o tempo que ela se guardou para mim
Com coisas e pedaços que só eu e ela sabemos
Dos retalhos da nossa vida
Pedaços alegres que agora recebi nas minhas mãos
Não deixaram que meu coração se partisse em pedacitos.

SAM

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