sábado, 25 de agosto de 2007

A Montanha


As botas com que eu caminhei na vida
Depois do cume da montanha da vida ou da morte
Numa pose vindoura da memória viva
É musgo, é sentir o aroma da terra no seu ventre

Nesta bacia me banho e lavo o meu rosto
E o agreste se amacia com sua frescura
Que ficou marcado do frio da natureza, posto
A nu na verdade da montanha pura

A torre máxima do meu refúgio
Meu pico inacessível onde só a alma chega
Vergo-me prostrado procurando o alívio
No meu castelo universal… lá meu corpo sossega

Minha escalada monumental da vida
Árdua e ainda a meio do percurso
Revejo parte dela no passado para
Construir a pulso o futuro

As pontes da vida sobre águas pousam
Calmas ou revoltas, porém puras
Mesmo em memória me refrescam
Pontes no meu percurso são minhas balizas

Por escassos momentos luz e sombras
Raio de sol mostra um esgar fulgurante
No contraste duro da vermelha rocha
A minha sombra como um gigante

No horizonte que é meu e o defino como tal
Não será igual por certo de quem após mim o verá
O meu é maior, grande após enorme, antes do colossal
Como sou tão pequeno ante esta visão… a minha alma o será?

SAM

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