segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A folha caída...

Caí hoje...
Estava amarelecida e curvada
Um sopro de vento arrastou-me
Subitamente dou por vim voando sem rumo
Tento compreender porque me desprendi
Se estava fixa num pedúnculo
Segura a um ramo tão forte.
Agora vislumbro o chão tão perto
É a queda inevitável
Porém outro sopro de vento...
Me atira mais alto
E do alto vejo coisas novas.
Antes na árvore estava tapada
Tapada com as minhas outras irmãs
Todas juntas fazendo sombra a quem precisa
Mas agora vejo do alto
Gentes, ruas de cidades bonitas
Rios com água cristalina...
E vou caindo sem perceber
Que outra golfada de vento me atira
Para mais longe
O longe suficiente que no campo pousei
Tive sorte
Muita mesmo...
Porque um lavrador arava o seu campo
O meu destino estava no caminho do seu arado...
Seria retalhada e misturada na terra
Sorte ou azar!
Mas um pássaro viu-me e levou-me no seu bico
Passei a fazer parte do seu ninho
Era a peça que faltava para aconchegar
A nova geração.

Algumas folhas são perenes, outras são caducas...
Mas renovam-se na vida, a cada Primavera.

1 comentário:

Carochi disse...

Sérgio, como gostei de ler " A folha caída..." como ,num lindo poema conseguiste retratar a história duma folha caída que passou a fazer parte dum ninho de passarinho e foi peça p'ra aconchegar a nova geração ...assim é o Outono da vida...que se prepara para a Primavera da vida!...
Felicito-te pelo teu lindo poema,e por todos os outros... Parabéns!!!
Deixo-te um beijinho
Mila Barros