Das conversas soltas de palavras
Por mim, por ti, por nós pronunciadas
Ou com palavras à solta e ás voltas
Nas que soltamos da grilheta das nossas vidas
Não foram em vão, foram bem ditas
Na hora própria, para quem as quis escutar
Não benditas "in pax", mas não mal ditas
Como gostei de ouvir cada uma a soletrar
Foi como num jardim em algures e nenhures
Região do nosso mundo puro criado, não inventado
Do som cristalino das gargalhadas e risos
Com cores e aromas de flores lindas no mesclado
Dos sons ao por do sol nas areias virgens do deserto
Das cores da aves no seu aconchego e paz para amar
No fragor das águas nas cascatas em turbilhão aberto
No remanso sereno do rio no seu encontro com o mar
Do azul celeste, ao rosa porcelana, do frio que dá fé
À boreal cor ondulante, do simples varão duma casa
Passando pelo sabor pacanino de um aromático café
Também me deu a saudade na forma da onda que passa
Mas ela volta sempre na maré e a cada lua cheia
Nova ou em cada quarto, mas sempre renovada
Desses luares quentes nos segredos e surpresas
Em que cada um se mostrou igual a si, sem nada!
2 comentários:
Como é bom e lindo, rever num texto, em palavras simples, um momento, um alguém, um nós, uma existência, uma pureza, uma AMIZADE.
Tanto ali, mas tanto nestas palavras... tanto em nós que sabemos quem somos!
Nada foi em vão!! Não mesmo...
Para sempre: ESTAMOS JUNTOS!
Serginho, brilhante como sempre!!
Grande beijo... pacanino
Serginho:
Continua a escrever como sabes, que as tuas mukandas serão lidas no muro do teu jango, saboreando um café acabado de passar.
Feliz por encontrar aqui a nossa kandengue linda.
Abração
B. Fernandes
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