sábado, 24 de maio de 2008

A estrada onde me perdi...


Não era estrada já
Outrora fora bem alinhada
Agora resta um caminho
Ou vereda com valas abertas
Pela chuvas torrenciais da vida
Tornou-se dura e agreste
Seca, árida e poeirenta
Ao sol impiedoso
No tempo da chuva
Chão lamacento
E escorregadio
Perigosamente
Me embrenho
Numa picada sem fim
Sem limite nem norte
Sem azimute
Pelo escuro avanço
A paz procuro
O conforto desejo
A fome da alma é voraz
Não vejo a estrada
Chove copiosamente
A enxurrada empurra-me
Para o abismo.
Escorrego, caio
Levanto-me
Agarro-me ás raízes
São minhas, vislumbro
Reconheço-as
Travo o meu destino
A nuvem passa
A chuva pára
O sol volta a brilhar
Estou sujo e roto
Cheio de lama
Mas é por fora
Cá dentro sou eu
Limpo!

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